Não é de hoje que as borbulhas mais fascinantes são do vinho espumante. Um vinho em que a primeira fermentação alcoólica transforma o açúcar em álcool e a segunda fermentação transforma o vinho tranquilo em espumante.
Popularmente conhecidos como champagne (erro comum para os leigos), são dois os métodos mais tradicionais de produção: o Champenoise e o Charmat.
De forma básica, a diferença principal entre eles é o tempo de produção. No primeiro, a segunda fermentação é feita na própria garrafa, enquanto que no outro a segunda fermentação é feita num tanque chamado autoclave, no qual são acrescidos açúcares e leveduras.
No método Charmat o custo de produção é bastante reduzido e, por isso, eles tendem a ser mais baratos. Nos aromas e sabores o tempo de contato com as leveduras também traz diferenças. Como no método tradicional (Champenoise) o contato é mais intenso e prolongado, consequentemente os sabores e aromas costumam ser mais marcantes. Por sua vez, o método Charmat tende a produzir vinhos mais leves, florais e cítricos.
Contudo, os dois métodos resultam vinhos espumantes ótimos, que agradam todos os bolsos e gostos. Já provei vinhos espumantes incríveis tanto de um método como do outro. Principalmente os nacionais – o Brasil arrasa, viu!
Tiver certeza disso na aula de introdução aos vinhos espumantes que tive no curso de Sommelier Profissional da Alta Gama.
Quanto às taças, assim como nos outros vinhos, fazem diferença. As mais conhecidas para tomar espumantes são a coupe, a flûte e a tulipa.
A coupe é aquela dos filmes antigos, mais larga e baixa. Ocorre que esse formato dispensa os aromas e o gás e por isso caiu em desuso, diferente da flûte que mantém o perlage (borbulhas). A flûte (flauta) é a alta, fina, que todo mundo conhece e atualmente é a mais usada.
Alguns dizem ainda que a taça indicada é a tulipa, com bojo largo e boca levemente fechada, porque ela libera a concentração de aromas e favorece a efervescência.
Mas, a opinião é dividida, porque alguns ainda consideram ser melhor degustar espumantes em taças de vinhos brancos ou de Pinot Noir. Isto porque especialistas em champagnes perceberam que com as outras (flûte e tulipa) os espumantes perdem muito da complexidade de aromas e sabores.
Enquanto eles não se resolvem, aposto na flûte que é a mais fácil de encontrar. Mantém bem as borbulhas fascinantes do vinho espumante. Sirvo 3/4 de taça do vinho geladinho e sou feliz!
Por Ana Carla Wingert de Moraes