As principais regiões produtoras de vinho rosé e seus estilos típicos e envolventes.
Rosé é um vinho que para o mercado brasileiro é muito importante, não canso de afirmar e repetir. Mas, será que os consumidores brasileiros conhecem as principais regiões produtoras do mundo e seus perfis distintos? Do meu ponto de vista, creio que ainda não.
Evidentemente, o rosé da Provence se tornou festejado por aqui e é raro encontrar entre os apreciadores de vinho alguém que não o tenha provado ou ao menos saiba como é um clássico rosé provençal – de tonalidade clara, frutado, fresco e delicado.
Contudo, embora a região seja o berço do rosé no mundo e responsável pela ascensão do estilo em nível global, não é a única a produzir rosados e encantar nossas taças.
Após seguidos anos de sua hegemonia e de uma tendência linear na produção, até mesmo com pouca autenticidade, observa-se uma nova movimentação de mercado voltada às peculiaridades de cada uva e terroir, trazendo mais diversidade aos estilos de vinhos rosés.
Estilos de vinhos rosés no mundo
Também na França é possível reconhecer, ao menos, cinco regiões bastante típicas e de relevância. São elas:
- Sancerre – produz vinhos rosés à partir da uva Pinot Noir, com caráter mais leve, boa acidez/frescor e toques herbáceos.
- Rosé D’Anjou – elaborado com a uva Grolleau e sem passagem em barrica, é um vinho leve, bastante aromático e levemente adocicado, podendo ser meio-seco de acordo com o açúcar residual.
- Bordeaux – produz vinhos pelo método de sangria, em geral, resultando em vinhos mais intensos em cores e sabores. Dentre outros vinhos, é muito conhecida pelo polêmico clarete, que até hoje divide opiniões sobre ser um rosé escuro ou um tinto claro.
- Tavel – rosés produzidos com cofermentação de uvas brancas e tintas e pelo método de sangria. São vinhos mais concentrados, estruturados e podem ter passagem por madeira. Alguns os chamam, inclusive, de primo rosa do Châteauneuf du Pape.
- Languedoc – produz vinhos muito semelhantes aos rosés da Provence, inclusive com as mesmas castas. Por serem menos famosos que a região vizinha, costumam ter melhor “custo-benefício”.
Na Espanha encontramos rosés expressivos em:
- Rioja e Navarra – vinhos de alta qualidade, frutados e com bastante estrutura. Em Rioja predomina a uva Tempranillo, enquanto que em Navarra os vinhos são feitos em geral com a uva Garnacha.
Na Itália os rosados são bastante reconhecidos em:
- Bardolino e na Toscana – os vinhos são delicados, com boa acidez, notas de frutas vermelhas e especiarias. As principais uvas são Corvina Veronese e Rondinella na região de Bardolino, no Lado de Garda, e Sangiovese e Merlot na Toscana.
Os Estados Unidos, embora ainda não seja tão reconhecido pela produção de vinhos rosés, tem em seu portfólio um estilo californiano bastante célebre e que agrada grande parte da massa de consumo:
- White Zinfandel – produzido com a uva Zinfandel, com pouco álcool, textura mais leve e fresca e, na sua imensa maioria, com doçura perceptível.
Na América do Sul, mais precisamente no Brasil, Chile e Argentina, cada vez mais se aposta no estilo rosé. Com isso, as vinícolas estão incluindo ao menos uma linha de rosados em seus portfólios, sendo a grande maioria produzido com Merlot, Malbec, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir.
É claro, estas regiões produtoras não excluem outras no mundo que também produzem rosés, contudo, tem seus estilos mais marcados e por isso merecem destaque.
O importante, ao final, é perceber que existem muitos estilos de vinhos rosés no mundo para serem degustados e apreciados. Com certeza terá um que vai agradar o seu paladar, basta experimentar!
Por Ana Carla Wingert de Moraes
Foto: @mirabeau