Longe de me considerar uma grande expert em análise de comportamento, creio que hoje posso dizer (com menos medo): permita-se apenas sentir o vinho.
No início de 2018 quando resolvi criar a GastroRosé® estava cansada de ouvir que eu não podia. Não podia falar sobre os vinhos que gostava, não podia compartilhar minha opinião, tudo porque eu não sabia.
A verdade é que “não saber” te faz uma pessoa de grandes experiências. Quando você deixa de lado regras e velhas questões, tal como a taça ideal, o jeito de segurar a taça, as técnicas de harmonização, você vive intensamente o prazer do vinho.
E é isso que efetivamente importa. É bom ter conhecimento, mas vinho é para beber, para ser sentido e dar prazer.
Exceto para descartar defeitos ou se você for um degustador profissional, o apego à tantas normas serve apenas para que você potencialize a experiência do vinho. Nada mais além disso.
Especialmente nessa fase de pandemia, em que estamos tomando vinho em casa, tenho sentido um rigorismo formal que foge ao que realmente é necessário. Ao menos no meu ponto de vista.
Essa nova forma de viver nos fez encontrar novidade no que costumávamos ver com frequência. Enquanto antes nosso vinho era servido na temperatura ideal e mal notávamos esse detalhe, agora nos vimos curiosos por informação.
Mas se tem algo que essa pessoa que resolveu estudar vinhos pode dizer, é que vinho é para dar prazer.
Permita-se apenas sentir o vinho! Posso estar sendo redundante, mas preciso ressaltar que não adianta você seguir todas as normas e não sentir alegria. Caso contrário, você vai apenas se tonar mais um enochato que eu tanto abomino.
Não seja essa pessoa. Ainda vou te respeitar, mas você não vai ver graça no vinho.
Por Ana Carla Wingert de Moraes