Louis Latour Experience

Bourgogne é o coração dos grandes de vinhos do mundo. Tem leveza, perfume e elegância. É um mosaico de terra, técnicas e estilos. Uma verdadeira colcha de retalhos.

Características gerais da Bourgogne

Idealmente situada apenas uma hora de Lyon e duas de Paris, sua localização na França tornou a região facilmente acessível a partir das principais capitais europeias. Sua posição estratégica a incluiu em um eixo comercial primário e histórico.

Com 230 km de extensão, a Bourgogne goza de um clima particularmente adequado para o cultivo da vinha. A convergência de influências mediterrânicas, continentais e oceânicas assume papel preponderante na riqueza aromática e notoriedade global de seus vinhos.

À partir das uvas Chardonnay e Pinot Noir, extremamente beneficiadas pelo terroir da Bourgogne, a região se tornou referência global, com expressão aromática única e inconfundível.

Seus ricos aromas podem evocar flores, frutas e especiarias. O clima frio e o solo privilegiado refletem frescor vibrante, elegância, estrutura e complexidade. Há, ainda, uma gama completa de nuances de cor, dependendo da variedade, da denominação, safra e idade.

Chardonnay e Pinot Noir são, de fato, as castas emblemáticas da Bourgogne e juntas representam aproximadamente 90,5% de toda a produção da região, sendo 51% só de Chardonnay.

Os vinhos são principalmente varietais, trazendo a pureza da expressão de cada parcela de vinhedo e cada safra, que garante personalidade própria e características únicas.

A região também produz vinhos à partir da casta branca Aligoté e da tinta Gamay, que representam 8,5% da produção. É possível encontrar Sauvignon, César, Pinot Beurat, Sacy e Melon, mas em parcelas de pouca significância que compõe o 1% restante da produção.

A extensa lista de 84 apelações na Bourgogne não se limita apenas às suas denominações icônicas. Além de seus AOCs Village Premier Cru e Grand Cru, a região também produz uma variedade de denominações Régionale e Village para explorar.

Climats e lieux-dits da Bourgogne

Únicos no mundo e inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em julho de 2015, os Climats são o próprio DNA dos vinhos da Bourgogne.

Com uma história que remonta a 2.000 anos, a região da Bourgogne floresceu graças à experiência humana, incluindo a observação do solo e do microclima local. Isso resultou em uma colcha de retalhos desses Climats, cada um com suas qualidades reconhecidas e identificadas.

Os climats e os lieux-dits dão aos vinhos da Bourgogne identidade. Seus nomes testemunham a rica história da região e as suas origens estão no ambiente, o patrimônio local, no savoir-faire (know-how) e na história humana.

Tratam-se da expressão máxima da noção de terroir, que garantem as características únicas de cada vinho e oferecem uma experiência gustativa inigualável.

Cada climat tem características geológicas, hidrométricas e de exposição específicas. A produção de cada um é vinificada separadamente, a partir de uma única casta, e o vinho assim produzido leva o nome do climat que provem.

A personalidade do climat se expressa no vinho safra após safra graças ao know-how do viticultor. Em nenhum outro lugar do mundo o homem procurou vincular de forma tão precisa e íntima a produção de vinho ao seu local de origem. Os climats da Bourgogne são, portanto, a essência do modelo de viticultura da Bourgogne.

Como exemplo, cita-se o climat Montrachet, classificado como Grand Cru da denominação e cujo território abrange partes de Puligny-Montrachet e Chassagne-Montrachet da Côte de Beaune.

Louis Latour Experience

Enquanto apreciar a expressão única dos seus vinhos é um deleite, conhecer e entender a Bourgogne é matéria não tão simples. Exige certo ponto de maturidade, sobretudo porque os vinhos não são acessíveis e são bastante escassos na sua grande maioria.

Pensando nisto e em prestigiar degustadores especiais, a GastroRosé em parceria com a Mise en Place Wine, promove em Curitiba a Louis Latour Experience.

Um evento único para que nossos clientes conheçam mais sobre a Bourgogne e os vinhos da Maison Louis Latour.

O evento acontecerá dia 16/05/2023 no HaiYo Restaurante, localizado no Grand Mercure Curitiba.

A Maison Louis Latour, com mais de duzentos anos de história e prestígio, é atualmente comandada por Louis-Fabrice Latour, da 11ª geração da família, e possui a maior extensão de vinhedos grands crus da Bourgogne.

Foi uma das primeiras grandes famílias a ter culhão de desenvolver a região e inspirou outras famílias de grandes vinhedos à investir na qualidade dos seus vinhos.

Hoje, 80% da produção da Maison Louis Latour é exportada e o consumo no Brasil teve um aumento considerável nos últimos anos, o que despertou maior interesse do produtor no país e também no Paraná, embora os principais consumidores de Louis Latour no mundo sejam os Estados Unidos, Inglaterra e Japão, conforme contaram Bruno Peppin e Maxence Badre, diretor e gerente de exportação Louis Latour, na primeira vinda dos representantes da vinícola à Curitiba.

Chablis e Mâcon

Para iniciar a experiência com vinhos brancos nesse tabuleiro de vinhedos que é a Bourgogne, duas regiões especiais foram escolhidas: Chablis, a icônica e tradicional região de vinhos brancos com acidez impressionante e sofisticação incomparável, e Mâconnais, que vêm chamando cada vez mais a atenção do mercado e se tornando berço de grandes vinhos.

Localizada no extremo norte da Bourgogne, Chablis tem solo argilo-calcário, com uma camada rica em fósseis marinhos – que entrega acidez vibrante aos vinhos. Atualmente, a produção vem evoluindo e a acidez incomparável da região está sendo incorporada à um vinho com corpo mais opulento e fruta mais redonda.

Chablis e a região que a circunda produzem grandes vinhos brancos secos com toque mineral, que gozam de aclamação internacional.

No meio do caminho entre Beaune e Paris, a região estende-se por cerca de vinte comunas. Aninhados entre os vales e topos de colinas arborizadas, os vinhedos cobrem as encosta ao longo do Vale Serein. As videiras afundam suas raízes profundamente no solo argilo-calcário, que atraem aromas minerais característicos para o deleite dos apreciados de Chablis.

A Chardonnay reina suprema e é usada em todos os vinhos da região, que trazem equilíbrio perfeito entre vivacidade, secura e acidez, o que tornou o vinho Chablis famoso em todo o mundo.

Os vinhos de Chablis tem cor bastante clara e nariz muito fresco, vivo e mineral, com notas de maçã verde, limão, arbustos e cogumelos do campo. Também é possível perceber notas de menta e acácia, assim como alcaçuz e feno recém cortado. A idade define a cor e adiciona notas de especiarias ao buquê. Em boca, os aromas mantém sua frescura por um período de tempo prolongado.

É alegre, cheio de suco, com ataque intenso e longa e agradável persistência. Muito seco e impecavelmente delicado, Chablis tem personalidade única e facilmente reconhecível.

Por sua vez, Mâconnais mostra uma melhora absurda na produção dos vinhos, na medida em que os produtores seriamente encararam a oportunidade de crescimento do prestígio da Bourgogne no mundo e passaram a investir muito em qualidade.

A região tem sotaque meridional, onde paisagens ondulantes se alternam com falésias monumentais. Neste ambiente, a Chardonnay também é soberana e permite degustar vinhos brancos poderosos e ricos em aromas.

É o terroir mais ao sul da Bourgogne e cobre uma faixa de vinhedos de 10km de largura e 35km de comprimento entre Sennecey-le-Grand e Saint-Vérand. A região fica entre dois vales, os Grosne a oeste e o Saône a leste, e conta com duas faces.

À sudoeste de Tournus, os Monts du Mâconnais são uma sucessão de colinas arborizadas e pequenos vales. Mais ao sul, as serras dão lugar a uma paisagem grandiosa dominada por afloramentos monumentais, entre os quais se destacam Vergisson e Solutré. A vinhas encontram-se nas encostas onde o solo e a insolação permitem.

Os vinhos brancos são dourados, com reflexo prateado ou esverdeado suavemente brilhantes. No nariz, os aromas sugerem rosas brancas, acácia, madressilva, samambaia, verbena, capim-limão e frutas cítricas como toranja e tangerina, além de honeysuckle e notas de marmelo.

São vinhos frescos e saborosos, secos e bem frutados. Tem boa concentração apoiada por acidez suficiente para garantir suas qualidades de conservação e caráter delicado.

Nuits-Saint-Georges e Chassagne-Montrachet

Embora predominem vinhos brancos e a Chardonnay na produção da Bourgogne, os vinhos tintos de Pinot Noir sedimentaram a referência global da região francesa no mundo, tornando-a desejo de todo apreciador.

Para trazer referências e apontar sutilezas das duas regiões principais de vinhos tintos, Côte de Beaune e Côte Nuits, serão apresentados na Louis Latour Experience um vinho de Chassagne-Montrachet e outro de Nuits-Saint-Georges.

Côte de Beaune, localizada entre Ladoix-Serrigny e as encosta dos Maranges, cobre 20 km de norte a sul de vinhedos. De frente para o sol da manhã, os vinhedos nunca tem mais do que algumas centenas de metros e de largura, no entanto, produzem vinhos de renome internacional. Sua reputação estende-se também à cidade de Beaune, centro histórico onde se pode descobrir todos os segredos da Bourgogne.

Ao redor da cidade, os vinhedos são plantados principalmente com Pinot Noir, embora a Chardonnay produza algumas maravilhas na colina de Corton.

Dentre as grandes denominações da região, encontra-se o Village Chassagne-Montrachet que produz vinhos tintos brilhantes, com boa intensidade de cor e reflexos roxos. Os aromas comumente presentes são de cereja Morello, caroço de cereja, morango silvestre, groselha e framboesa. Apresentam também notas de animal e especiarias que completam o buquê.

Em boca, os vinhos tintos de Chassagne-Montrachet são substanciosos. Seu corpo potente esconde parcialmente os taninos que, embora um pouco austeros na juventude, quando na maturidade dão lugar a uma estrutura concentrada e cheia de sabores intrigantes na sua complexidade.

De outro lado, a Côte de Nuits é a região que produz principalmente vinhos tintos na Bourgogne e como tal, é um paraíso para a Pinot Noir, uva precoce, que precisa de clima frio e menos exposição solar. Sua reputação está firmemente estabelecida em nível mundial, tendo alguns experts chegado ao ponto de nomear este terroir excepcional de “Champs-Elysées da Bourgogne”.

O pseudônimo sofisticado também explica a realidade da região, localizada entre Dijon e Corgoloin, onde o vinhos crescem ao longo de uma estreita faixa de encosta, com cerca de 20km de comprimento e, em partes, apenas 200 metros de largura, produzindo vinhos mais sérios, opulentos e estruturados.

Localizada na Côte de Nuits a denominação Villages Nuits-Saint-Georges, se divide em duas partes, pela própria cidade. A porção norte se estende até a fronteira de Vosne-Romanée e a porção sul fica parcialmente em Nuits-Saint-Georges e parcialmente em Premeaux.

Os vinhos tintos produzidos na região tem cor intensa e o nariz geralmente apresenta rosa e alcaçuz. Quando jovem, apresenta aromas de cereja, morango, groselha, ao passo que, quando amadurecidos apresentam couro, trufa, pele e notas de caça e de fruta macerada, como ameixa seca.

Musculoso, vigoroso, mastigável e encorpado, o vinho tinto de Nuits-Saint-Georges tem estrutura bem construída e equilibrada, com longo final de boca. É melhor aproveitado após vários anos de repouso, o que completa e destaca sua sensualidade e criação.

Os vinhos da Louis Latour são importados ao Brasil pela Inovini, divisão de vinhos da Aurora Fine Brands e tem distribuição no Paraná pela Mise en Place Wine.

Por Ana Carla Wingert de Moraes

Foto de capa: louislatour.com