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Tempranillo

por Ana Wingert

Uva tinta muito versátil, a Tempranillo pode ser utilizada para produzir diversos estilos de vinhos, desde leves e frutados até os mais encorpados e estruturados.

Mais de 80% da produção mundial vem da Espanha, uma soberania que se estende por 206 hectares de vinhedos, tornando-a a uva mais plantada no país, que superou a Airén desde 2021. 

A casta está amplamente distribuída por todo o país, sendo as regiões de La Rioja, Ribera del Duero, Navarra e Toro as mais importantes. 

Onde a Tempranillo se destaca

Considerada casta autóctone da Rioja, a Tempranillo é a uva mais característica da DOCa (Denominación de Origen Calificada), o núcleo dos seus vinhos tintos e uma das mais nobres e mais plantadas no mundo, ficando atrás apenas das uvas francesas Cabernet Sauvignon e Merlot.

  • Rioja DOCa – região com clima e características naturais e geológicas particulares, que a torna local ideal para a cultura da Tempranillo. Rioja se estende por quase 100 km, de leste a oeste, em ambas as margens do rio Ebro, em 7 vales formados pelos seus afluentes com microclimas próprios. Por sua vez, a DOCa Rioja está dividida em três grandes áreas: Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Oriental.

Dentro dos mais de 66.000 hectares estão instaladas 571 vinícolas por 144 municípios em 3 diferentes comunidades autônomas: 118 em La Rioja, 18 no País Basco, 8 em Navarra, além de uma vinícola em Castilla y León.

É a Denominação de Origem (DO) mais antiga da Espanha, criada oficialmente em 1925, quando foi delimitado seu território e estabeleceu-se o seu primeiro regulamento. No ano seguinte foi lançado o Conselho Regulador.

Em 1991 a DO recebeu nova designação como Denominação de Origem Qualificada (DOCa), cujos vinhos são engarrafados na origem e recebem dedicação exclusiva de instalações.

No ano 2000, para garantir a autenticidade dos vinhos Rioja DOCa, uma faixa holográfica de tecnologia óptica foi incorporada nos selos de garantia. Hoje em dia, os rótulos permitem ao consumidor rastrear a origem, a colheita e a categoria de envelhecimento de cada vinho.

As classificações da Denominação de Origem Qualificada Rioja

Os vinhos de Rioja podem ser classificados de acordo com a sua origem: Vino de Zona, Vino de Municipio, Viñedo Singular e DOCa; e também de acordo com o seu envelhecimento:

  • Jóven – vinhos de um a dois anos que mantêm como principais características o frescor e a fruta. No entanto, esta categoria pode incluir alguns outros vinhos sujeitos a processos de envelhecimento, não necessariamente relacionados como Crianza, Reserva ou Gran Reserva.
  • Crianza – vinhos submetidos a um envelhecimento mínimo de dois anos e mantidos pelo menos um ano em barricas de carvalho de 225 litros. Para os vinhos brancos e rosés, o período mínimo de envelhecimento em barrica é de 6 meses. Um vinho Crianza apresenta sempre equilíbrio e harmonia entre os aromas de fruta (primários) e os provenientes da barrica (secundários).
  • Reserva – vinhos com envelhecimento mínimo de 3 anos entre barrica e garrafa; proveniente desses 3 anos, pelo menos 1 ano em barrica de carvalho mais um envelhecimento mínimo de 6 meses em garrafa. Para brancos e rosés, o envelhecimento é de 2 anos e, desses, 6 meses em barrica. Os vinhos Reserva costumam ser mais complexos porque apresentam três tipos de aromas: frutado (primário), madeira (secundário) e envelhecimento (terciário), como tabaco, couro, cacau, dentre outros.
  • Gran Reserva – vinhos de grandes colheitas com envelhecimento mínimo de 5 anos, sendo 2 deles em barricas de carvalho e mais 2 anos em garrafa. Para vinhos brancos e rosés são 4 anos e, destes, 6 meses no mínimo em barricas de carvalho. Estes vinhos apresentam maior complexidade e intensidade e tem longo potencial de guarda.

Outras regiões importantes da Espanha

  • Ribera del Duero – onde a Tempranillo é mais comumente conhecida como Tinto Fino ou Tinta del País. Desde que recebeu o status de DO (Denominação de Origem) em 1982, tem sido uma área de grande expansão e desenvolvimento, com aposta na produção de vinhos finos.

Ribera del Duero conta com mais de 300 bodegas e 2.200 marcas, distribuídas em 26.123 hectares. De forma impressionante, 28% dos vinhedos da região tem mais de 30 anos e 8,2% mais de 80 anos.

Sua altitude fica entre 720 e pouco mais de 1.000 metros acima do nível do mar. Os invernos são frios, com geadas que ocorrem no final da primavera, enquanto os verões são quentes, com temperaturas que chegam a 40ºC, caindo acentuadamente à noite. Seu clima rigoroso é adequado para o cultivo da Tempranillo, que conta com vinhas muito resistentes.

Nesta área a Tempranillo produz vinhos estruturados e de cor profunda. Os aromas assumem caráter mais herbáceo e de cedro do que os da vizinha Rioja. Também se notam sabores de fruta negra, tabaco e notas de café e chocolate.

  • Toro – local em que a uva passa a ser conhecida como Tinta de Toro. Situada mais longe da fronteira portuguesa, ao longo do rio Douro, esta região leva ao limite as credenciais resistentes da casta.

Com vinhas plantadas em altitude e sob forte calor, a uva de casca grossa e maturação precoce produz um vinho intenso e concentrado. Estes vinhos apresentam estilo um pouco mais rústico, sabores de frutas negras e grande estrutura.

Vinhos espanhóis para conhecer e apreciar

Trazer uma lista detalhada de vinhos espanhóis, tendo a Tempranillo como monovarietal ou destaque em blends, tomaria boa parte deste artigo, dada as inúmeras e excepcionais opções de produtores e rótulos disponíveis no mercado. Portanto, fica uma pequena amostra de produtores destas joias líquidas que merecem sua atenção:

  • Navarra: Bodegas Nekeas, Domaines Lupier, Julian Chivite, Ochoa, Pagos de Araiz e Otazu.
  • Ribera del Duero: AAlto, Abadía Retuerta (Sardón de Duero), Alonso del Yerro, Arzuaga, Bodegas Mauro, Bohórquez, Cillar de Silos, Convento de Las Claras (Bendiciones), Emilio Moro, Garmón, Dominio de Pingus, Hacienda Monasterio, Hacienda Solano, Pago de Carraovejas, Pago de los Capellanes, Pérez Pascuas, Protos, Tomás Postigo, Valduero e Vega-Sicilia.  
  • Rioja Alavesa: Bodegas Cosme Palacio, Bodegas Murua, Bodegas Remírez de Ganuza, Bodegas Solar de Samaniego El Coto, La Marquesa – Valserrano, Macán (Benjamin de Rothschild & Vega-Sicilia), Marqués de Riscal, Mayor de Migueloa, Orben, Telmo Rodriguez, Viña Real e Viñedos del Contino.
  • Rioja Alta: Bodegas Abel Mendoza Monge, Bodegas Riojanas, C.V.N.E., Finca Allende, La Granja Nuestra Señora Remelluri, La Rioja Alta, López de Heredia (Viña Tondonia), Marqués de Murrieta e Muga (Prado Enea).
  • Rioja Oriental: Bodegas Palacios Remondo, Bodegas Valdelana, Bodegas Beronia e Sierra Cantabria.   
  • Toro: Dominio del Bendito, Las Tierras de Javier Rodríguez, Matsu e Numanthia.

As características da uva Tempranillo

Em boca a Tempranillo produz vinhos, em regra, com acidez média-alta, corpo médio, taninos médio-altos e teor alcoólico médio. Apesar o álcool do vinho variar entre 13 e 15% ABV, em razão do afinamento em madeira este álcool costuma estar bem integrado, dando sensação de álcool médio.

Os vinhos são conhecidos pela sua excepcional capacidade de envelhecimento e, dependendo do processo de produção e da correta armazenagem, a Tempranillo pode envelhecer por décadas, desenvolvendo aromas e sabores mais complexos e profundos. O processo de envelhecimento permite ao vinho harmonizar os seus taninos e integrar as notas do carvalho, resultando em um perfil mais elegante e equilibrado. 

Os aromas da Tempranillo variam de acordo com o tempo de envelhecimento, do lote e da região de origem. Podem ser encontradas notas de frutas silvestres vermelhas e negras mais frescas, tais como cereja, amora e ameixa, calda de morango, floral e toques herbáceos em vinhos mais jovens. Nos vinhos mais evoluídos ganha complexidade olfativa, indo do alcaçuz, figo seco, notas de couro, baunilha, tabaco, especiarias, cacau, folhas e especiarias secas, até a caixa de charuto.  

Embora a Tempranillo seja frequentemente celebrada como um vinho monovarietal, ela também brilha nos blends, acrescentando profundidade e complexidade. Na Espanha, a Tempranillo é comumente misturada com Garnacha, Mazuelo (Carignan) e Graciano. Estes blends evidenciam a interação harmoniosa entre diferentes castas, realçando as melhores qualidades de cada uma. 

Quer você prefira a vibração de um vinho mais jovem ou a elegância de uma garrafa mais evoluída, o potencial de envelhecimento do Tempranillo oferece uma gama diversificada de experiências para os amantes do vinho.

Com exceção do Tempranillo Jóven (classificação de evelhecimento da DOCa Rioja), a maioria dos vinhos se beneficia de pelo menos 30 minutos a 1 hora de uso de decanter, quando ocorre a aeração do líquido.

Tempranillo Blanco

É uma variedade única e autóctone que provém da mutação genética natural de um único broto de uma videira de Tempranillo, localizada em 1988 em um vinhedo antigo em Murillo del Río Leza, La Rioja.

Os seus vinhos apresentam concentração de compostos voláteis e a sua acidez total mantém-se elevada, destacando-se o alto teor de ácido málico. 

Na boca é equilibrada, com estrutura e persistência média-longa. Os aromas têm intensidade média e apresentam notas de frutas tropicais, frutas cítricas e notas florais.

Regiões produtoras fora da Espanha

A Tempranillo é uma das poucas castas espanholas com presença significativa em Portugal, liderando o ranking do país com 20.121 hectares, o que corresponde a 11% da área plantada. Apenas como referência, em 2010 este número girava em torno de 17.000 hectares. 

É a segunda casta tinta mais plantada no Douro (tanto para vinhos do Porto como para vinhos de mesa), é igualmente significativa na região do Dão, e de importância histórica no Alentejo, onde é conhecida como Aragonez.

Adapta-se perfeitamente às condições adversas que prevalecem nestes terrenos, desde as vinhas com declives acentuados, onde as rochas e as pedras prevalecem mais que o solo no Norte, até ao desafiante clima propenso à seca do Alentejo. Graças ao seu potencial de qualidade, espalhou-se também por outras regiões, tais como o Tejo e Lisboa.

O Vale do Douro, por sua vez, é conhecido por produzir Vinhos do Porto, fortificados, doces e de sobremesa incrivelmente ricos. O Vinho do Porto é feito com várias castas nativas portuguesas, mas uma das mais proeminentes é a Tempranillo, onde é conhecida como Tinta Roriz

As opções de excelentes vinhos produzidos em Portugal são inúmeras. Segue abaixo uma pequena amostra de produtores das principais regiões para compor a sua adega:

  • No Douro – Alves de Sousa, José Maria da Fonseca, Quinta da Leda, Mateus Nicolau de Almeida, Menin, Pormenor, Quinta de la Rosa, Quinta do Vale D. Maria, Quinta do Vale Meão, Quinta do Vallardo, Quinta Maria Izabel, Quinta do Crasto, Quinta dos Murças, Quinta Nova da Nossa Senhora do Carmo e Wine&Soul.
  • No Alentejo – António Maçanita, Cortes de Cima, Fundação Eugênio de Almeida (Cartuxa e Pera-Manca), Frederick Von’s, as Herdades da Malhadinha Nova, Esporão, Peso, Rocim, Sobroso e dos Grous, João Portugal Ramos, Luís Barroso Viegas Louro, Monte de Ravasqueira, Quinta do Mouro, Reynolds, Rui Reguinga, Susana Esteban e Tapada do Chaves. 
  • No Dão – Raríssimo e Vinha do Contador. E, por fim, Monte Bluna produz o Bluníssima em Lisboa.

A uva também está ganhando popularidade em regiões como Califórnia, Oregon e Texas nos Estados Unidos, Mendoza na Argentina e Austrália, onde os produtores estão explorando seu potencial em diferentes terroirs. Cada região confere características únicas à uva, resultando em uma ampla gama de estilos e expressões.

  • Na Austrália – com quase 750 hectares de Tempranillo plantados até a safra de 2019, a uva tem uma posição relevante (cerca de 300 hectares a mais que a Sangiovese, que se apresenta como uma variedade alternativa mais estabelecida neste país). Dez anos antes, esse número era de 350 hectares, ou seja, mais do que duplicou em apenas uma década. É plantada em muitas regiões, desde as mais áridas às particularmente frias. A ascensão da uva no país não foi rápida, com a sua presença documentada pela primeira vez há mais de 100 anos.

Produtores australianos para conhecer: Gemtree Luna Temprana, Hither & Yon, Main & Cherry, Oliver’s Taranga, Paxton em McLaren Vale. La Linea, Signature The Coordinates e The Sector, The Pawn em Adelaide Hills. Innocent Bystander em Victoria. Artwine Hola e Matriarch & Rogue Mary em Clare Valley. Running with Bulls em Barossa Valley. Ella Semmler’s Orchard e Franca’s em Riverland e Henschke Stone Jar no Eden Valley.

  • Nos Estados Unidos, a Tempranillo foi introduzida pela primeira vez na Califórnia durante a década de 1880, quando foi identificada como Tinta Valdepeñas. A uva foi listada como tal entre as variedades cultivadas na Estação Experimental UC Davis Foothill em Jackson, Amador County. Era utilizada principalmente para vinhos em “jarras” ou doces fortificados, sendo considerada uma variedade com qualidade inferior.

O interesse moderno por Tempranillo nos EUA começou com plantações em Red Willow Vineyard, em Washington (Vale Yakima), em 1993. Em 1994, Earl Jones fundou a Abacela no sul do Oregon, com a intenção específica de se especializar em Tempranillo. Existem agora mais de 40 produtores de Tempranillo em Oregon, que tem cerca de 375 acres plantados.

Com exceção das plantações de clima mais frio nos vales Umpqua e Rogue, no sul do Oregon, e na região de Santa Bárbara, na Califórnia, a maioria dos vinhedos de Tempranillo ainda são encontrados em regiões bastante quentes, como o Vale Central da California e suas denominações Livermore, Lodi e Paso Robles.

  • Na Califórnia – The Vice e Truchard em Carneros. Urban Legend em Clarksburg. Black Hawk Ridge em Lodi. Jarvis Estate e Parador no Napa Valley. Booker 18 Months, Epoch Estate, Hearst Ranch, Justin, Reserve e Opolo em Paso Robles. Marimar Estate Don Miguel em Russian River Valley. Mineral em Sierra Foothills, Ponte Winery e Vitagliano em Temecula Valley.
  • No Oregon – Na região sul, o famoso Abacela Reserve, Belle Fiore, Cayuse, Folin, J. Scott, Kriselle, Paul O’Brien Cask 11, Reustle Reserve, Ryan Rose e Schmidt Family. Já em Willamette Valley, região noroeste, as recomendações são o Raptor Ridge Reserva e o Vidor Explorer.
  • No Texas – 4R Ranch, Ab Adelphos, Bending Branch, Brennan, Caves Lone Oak, Driftwood Estate, Fall Creek Vineyards Exterra, OG, Pedernales Reserve, Portree e Ron Yates.
  • Em Washington – DAMA, Force Majeure, Idilico Reserva e Saviah. E fechando a lista dos produtores americanos, dois grandes rótulos da AVA Walla Walla Valley: No Girls e Cayuse Impulsivo.

Na Argentina, a Tempranillo foi introduzida em meados do século XIX e teve uma enorme expansão. Foi uma das variedades mais plantadas devido a sua produtividade e tem uma longa trajetória com rótulos que marcaram a história do vinho argentino.

De acordo com dados de 2022 do Instituto Nacional de Vitivinicultura, a Argentina contava com 5.193 hectares de Tempranillo, distribuídas principalmente em Mendoza (95.5%) e em menor escala em San Juan (2.8%) e o restante nas demais províncias.

Considerado por muitos como o primeiro Tempranillo argentino de alta gama, Q Tempranillo da Zuccardi impulsionou a bodega familiar em 1997. Segundo Sebastián Zuccardi, a chegada de milhares de imigrantes espanhóis em solo argentino no final do século XIX e começo do XX teve grande impacto nas vinhas mendocinas.

  • Vinhos para colocar na sua lista – no Valle do Uco: Año Cerro da Alto Cedro, Crux da Bodega Alfa Crux, El Relator, Gran Mascota da Mascota Vineyards e Trumpeter Reserve da Rutini. Em El Cepillo: Contador de Estrelas Eterno da Absurdo Wines e Canupos (Tempra). No Tupungato: Tempus Alba. Alfredo Roca Reserva de Familia em San Rafael. Aristides Linea Partida Única em San Martín e Luigi Bosca (Finca La Linda) em Luján de Cuyo.
  • No Brasil – ainda com pouca presença no país, algumas ótimas opções de Tempranillo do Rio Grande do Sul para incluir em suas degustações são: Lidio Carraro Singular, Malgarim Ñenguirú, Malgarim Sepé, Miolo Reserva, Dom Bernardo, Guatambu Lendas do Pampa e Mena Kaho Gran Reserva. Já em Minas Gerais, conheça a Quinta do Campo Alegre La Compola.

Características da viticultura

A Tempranillo produz cachos compactos de tamanho médio a grande, de pequenos frutos preto-azulados, casca grossa e ricos em taninos e antocianinas. É relativamente fértil, tem brotação precoce e um ciclo de amadurecimento curto. 

Os rendimentos variam de médio a alto de acordo com o local. Tem baixa resistência a correntes de ar e é altamente sensível a pragas e doenças, porém floresce em áreas mais frias de alta altitude tanto quanto em cimas quentes. 

Harmonização com a uva Tempranillo

Os vinhos elaborados a partir da Tempranillo são versáteis e grandes companheiros para uma vasta gama de alimentos, incluindo churrasco e carnes grelhadas, vegetais assados, pratos ricos à base de tomate e queijos espanhóis. 

Costeletas de cordeiro com alecrim, hambúrguer de cordeiro, costela de porco com molho barbecue, codorna com vinho tinto, tomilho e legumes, fraldinha com chimichurri, medalhão de mignon ao molho poîvre vert proporcionarão uma experiência fantástica.

Não deixe de degustar a uva com Jamón Ibérico, presunto de altíssima qualidade com um processo de cura que pode levar de um a três anos. O sabor é rico e complexo, com notas de nozes e ervas, e a textura é suave e marmorizada.

Os vinhos mais evoluídos vão muito bem com carnes defumadas, magret de pato, canard à l’orange, carnes de caça (javali, cervo, veado) em longa cocção, perna de cabrito assada, pernil de vitela ou rabada sobre polenta cremosa com agrião e paleta de javali glaceada.

Arroz de pato, cozido português, dobradinha com feijão branco, linguiça e especiarias, arroz carreteiro, baião de dois e carne de panela também são excelentes opções.

No caso dos queijos, a harmonização tende a ser melhor com as versões Jovén ou Crianza, com pouca passagem por madeira. São mais frescos e menos tânicos, sofrendo menos impacto da salinidade de alguns queijos. 

Uma combinação clássica de Tempranillo é com o queijo Roncal, originário da região de Navarra. Nesta mesma linha, também vale a pena fazer a experiência com os queijos Asiago, Fontina e Manchego, além de alguns outros de massa semimole ou dura com menor salinidade.

Por Olavo Castanha

Olavo Castanha é formado em Marketing e atua no mercado de bens de consumo há 30 anos. Formado em Enogastronomia pela ICIF – Italian Culinary Institute for Foreigners e Sommelier pela Associação Brasileira de Sommeliers – SP, atualmente se prepara para a próxima fase da Court of Master Sommeliers Americas.

  • Texto publicado com autorização do autor.
  • Disclaimer: O conteúdo é de inteira responsabilidade do autor. A GastroRosé não se responsabiliza por esse conteúdo nem por ações que resultem do mesmo ou comentários emitidos pelos leitores.

Foto: Masaveu Bodegas

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