Após se consolidar em nível mundial com a uva Malbec, o grande desafio da Argentina é comunicar diversidade e atender consumidores em busca de novos vinhos.
Além da clássica e conhecida região de Mendoza, a vitivinicultura argentina se concentra em novas zonas, com diferentes castas e características únicas de terroir.
É o caso da Patagônia, onde são produzidos os excelentes vinhos da bodega centenária Humberto Canale, localizada em Alto Vale do Rio Negro, no extremo norte.
Canale, um dos pioneiros da região, contribuiu para a construção do sistema de irrigação por rios que permitiu à Patagônia se tornar polo produtivo e, reconhecendo características de clima e solo especiais para o plantio de uva, fundou a vinícola no ano de 1909.
De acordo com Horácio Bibiloni, enólogo chefe da bodega, a região onde se situa a vinícola é “extremamente apta para a produção orgânica, pelo vento frequente e seco, pela pouca chuva, alta luminosidade e amplitude térmica. Além disso, os solos aluvionais e pedregosos, com pouca matéria orgânica contribuem para a qualidade dos vinhos, que se completam com o fator humano de manejo e técnicas avançadas”.
A vinícola é uma das poucas bodegas centenárias da Argentina com administração familiar e hoje está sob o comando da quarta geração da família, que chegou ao país em 1860 e se estabeleceu inicialmente no mercado alimentício com a produção de massas e biscoitos.
Os representantes da vinícola cumpriram agenda em Curitiba com a Jigger Spirits & Wines e MCOMM Comunicação, apresentando ao público e aos profissionais do setor a bodega.
Na MasterClass conduzida pelo enólogo Horácio Bibiloni, tive oportunidade de provar os vinhos da linha Denario: Sauvignon Blanc 2020, Pinot Noir 2019, Malbec 2020 e Malbec Reserva 2020, Cabernet Sauvignon 2020 e Cabernet Franc Reserva 2020.
Os vinhos apresentam marcada tipicidade, muita expressão aromática, complexidade, elegância e frescor. Evidenciam em taça a qualidade exponencial e personalidade da Patagônia, que vem se destacando entre os vinhos argentinos.
Fica a sugestão para o novo!
Por Ana Carla Wingert de Moraes