Início » Combine sem medo

Combine sem medo

por Ana Wingert

O aumento de informação tem trazido novas experiências, mas também ansiedade ao consumidor quanto à harmonização. Por isso, aqui vão algumas dicas para que você combine sem medo vinho e comida!

Interação do vinho com alimento.

O acordo entre alimento e vinho deve levar em consideração a subjetividade do degustador, questões fisiológicas do paladar, interações básicas entre vinho e comida e hábitos alimentares culturais.

É importante lembrar que pessoas têm sensibilidades e preferências distintas, de forma que os componentes de aromas e sabores, bem como as características do vinho tal como doçura, acidez, taninos e álcool causam experiências únicas para cada apreciador.

Princípios da harmonização.

A composição dos alimentos e vinhos é rica em elementos químicos que interagem entre si e podem causar reações agradáveis ou desagradáveis. Assim, a harmonização busca equilibrar características, complementar qualidades e elevar a experiência de uma refeição.

Observe as regras da sazonalidade, da regionalidade e da tradição. Alimentos que crescem junto ou dividem características de terroir possuem muitas afinidades que podem ser exploradas no processo de harmonização com vinhos. Além disso, a tradição, como resultado de anos de experimentação, garante combinações prazerosas e com menores chances de erro.

Para uma boa harmonização, procure o ingrediente que irá conectar o vinho e a comida por meio de suas interações, seja pelo sabor, corpo ou intensidade, observando as modificações pelo método de preparação.

E mais importante, nunca deixe de experimentar. O mundo é vasto e as possibilidades infinitas. Não se fixe em um conjunto de descobertas ou combinações preestabelecidas. Seja sempre um aprendiz.

Regras para combinar vinho e comida sem medo.

  • Peso do prato e peso do vinho – o corpo do vinho e do prato devem ser correspondentes para evitar sobreposição. Assim, vinhos mais complexos, amadeirados e com mais textura pedem pratos de maior complexidade para que não sejam ofuscados pelo vinho. Por sua vez, um prato leve e delicado fica melhor acompanhado de um vinho leve.
  • Características de paladar – observe a hierarquia de intensidade de sabores, métodos de cocção e guarnição. Atente-se para a doçura, acidez, tanino e álcool do vinho, além de verificar se ele tem passagem ou não por madeira.
  • Semelhança ou complementação – o sabor predominante do alimento pode ter características semelhantes ao do vinho ou pode ser harmonizado por complementação quando características diferentes se unem para um bom conjunto.
  • Oposição – observe a combinação de características antagônicas, cujas diferenças se equilibram por se atenuarem. Dulçor ameniza a acidez, acidez atenua a gordura, suculência atenua o tanino, por exemplo.
  • Tradição com pratos regionais e vinhos locais, que possuem afinidades entre aromas e sabores.
  • Estação – se baseia no princípio de que no versão os pratos são mais leves, enquanto que no inverno são mais pesados. Aplica-se em lugares com estações bem marcadas, o que não é caso de algumas regiões do Brasil.

Essas são sugestões para que você possa se aventurar na harmonização e para que combine vinho e comida sem medo. De todo modo, lembre que, mais importante do que qualquer regra, vinho é para dar prazer!

Busque conhecimento, mas se divirta. No caso da harmonização, não é nada ruim praticar. Concorda?

Por Ana Carla Wingert de Moraes

Deixe o seu comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais