Maridaje ou marriage é o termo espanhol e francês usado para explicar a harmonização do vinho e da comida em uma refeição, que também se refere ao casamento.
Longe de ser conselheira matrimonial, até porque essa expertise eu ainda não alcancei, vejo muito sentido na palavra, além de poesia. Soa leve a expressão cena maridada quando ouço ou leio.
Na harmonização de vinhos um dos nossos grandes objetivos é o equilíbrio, de forma que a comida e a bebida combinem, sem que um prepondere ou ofusque o outro.
Para isso, é preciso que um respeite as características e o perfil do outro e que se completem nas suas individualidades. Ajustem-se quando necessário para fazer dar certo.
Mas, não só. Harmonizar é também a forma de valorizar e exaltar as qualidades do vinho e da comida, resultando em uma união sólida e feliz, que se baseia na ideia de complementação. No vinho e no amor.
No meio até me perdi, já não sei mais se estava escrevendo sobre casamento ou harmonização…
De todo modo, é certo que essas ideias se ajustam ao que hoje enxergo como um casamento feliz.
Casamento em sentido amplo, no contexto de união voluntária entre pessoas. Que vale para o matrimônio, para amizades, para todas as nossas relações e porque não para as nossas refeições?
Se hoje valorizo uma carta de vinho de restaurante intencional ou a experiência de um jantar harmonizado, é porque aprendi a respeitar e apreciar o casamento do vinho com a comida.
Valorizar toda dedicação que existe por trás de uma harmonização.
Harmonizar, combinar, maridar… não importa qual o termo mais agrada. O que realmente importa é compreender que por trás de um casamento feliz existem sempre pessoas que fazem dar certo!
Felizes daqueles que alcançam esse objetivo e sabem apreciar a beleza no caminho.
Por Ana Carla Wingert de Moraes